Julio Falavigna (Gopala)

O baterista e multipercussionista Julio Falavigna iniciou seus estudos aos 13 anos com Vitor Machado em Caxias do Sul, sua terra natal. Aos 17 anos morou em Londres, onde aperfeiçoou seus estudos com o baterista inglês John Shearer. De volta ao Brasil, estabeleceu-se em Porto Alegre, onde acompanhou nomes da cena local, como Nei Lisboa e Duca Leindecker. Nesta época estudou bateria com Fernando Paiva e Duda Neves. Aos 19 anos recebeu um convite para jogar na Europa. Continuou os estudos na Alemanha e depois em Nova York ingressou na Drummer's Collective School, onde estudou com grandes nomes do instrumento e da percussão em geral.

Julio Falavigna. FOTO DE: Nicole Falavigna.

De volta à Europa, tocou em diversas formações de música cubana e senegalesa (com o grupo Godwana, com o parceiro Assane Demba), Jazz e MPB. Em Viena ministrou aulas e workshops com o baterista americano Jeff Boudreaux (Wynton Marsalis). Nesse período tocou com diversos nomes da música brasileira. Morou no sul da França, onde tocou com o cantor brasileiro Syan Moreno e o baixista americano Dig Lewis (Stevie Wonder). Foi nessa altura que cresceu nele o interesse pela música indiana, iniciando os seus estudos de tabla com o músico e compositor Sri Hanuman, com quem tocaria dois anos mais tarde. Em seguida, passou algumas temporadas na Índia e no Canadá, onde pôde estudar com outros mestres da tabla, como Mubarak Khan, Pandit Anand Kumar Mallick e Pandit Swapan Chaudhury.

“Desde o momento em que nascemos, o coração começou a bater, daí começamos a respirar, daí começamos a falar, a gritar, não tem como nos separarmos desse padrão rítmico.

Portanto, o tambor é a coisa mais próxima desde o início de nossas vidas. Cada vez que tocamos o tambor estamos conectando nossas almas à nossa história como seres humanos, e isso tem acontecido em todo o mundo, em todas as culturas diferentes..."

∫ Julio Falavigna

Retornando ao Brasil em 2001, estabeleceu-se novamente em Porto Alegre. Integra o grupo Fabio Mentz Quartet, gravando e lançando o disco Cantigas (vencedor do Prêmio Açorianos). Em seguida participa de workshops com os bateristas Fabio Schneider e Vitor Machado. Paralelamente, fundou o Shabda Rasa, grupo de música indiana com o sitarista Toti Lima. Em 2003 grava bateria para o disco Black Bagual Negovéio do compositor gaúcho Bebeto Alves.

Nos anos seguintes, organizou e acompanhou em concertos nomes notáveis ​​da música indiana, como GS Sachdev (bansuri), Sri Hanuman (autoral), e Pandit Mukesh Desai (vocal) tocando tabla, despertando maior interesse do público pela música indiana no Brasil.

Em 2010, fixa residência no Rio de Janeiro, iniciando diversos projetos musicais como baterista. Presidiu workshops com o percussionista Jorge Amorim, além de integrar grupos do contrabaixista mineiro Yuri Popoff e do trombonista Vittor Santos.

Em 2012 participa do álbum Navegantes do compositor Fabio Mentz, no qual gravou bateria e percussão. Desde então, lançou quatro álbuns com sua esposa Bianca Gismonti. Atualmente está na fase final do primeiro álbum de sua dupla indiana Shabda Rasa.

Julio e sua primeira bateria profissional. - 1987

No estúdio, tocando tabla, instrumento de percussão clássico da tradição da música indiana.

Ioga

Estuda e pratica Yoga desde 1990, tendo começado na organização denominada "International Sivananda Yoga Vedanta Centers" na qual foi instrutor e viveu em Ashrams entre França, Canadá e Índia. Posteriormente fundou e dirigiu por 10 anos o Centro Sivananda em Porto Alegre.

Seu interesse pela espiritualidade oriental o levou a estudar tabla e Naad Yoga com Sri Hanuman (Índia/França) e Anand Kuma Mallick (Índia). Residindo no Brasil, faz parte de uma dupla de música indiana chamada Shabda Rasa com o sitarista Toti Lima, além do grupo Hanuman Trio com seu ex-professor Sri Hanuman. Ele também acompanhou grandes nomes da música hindustani, como o falecido flautista GS Sachdev e o vocalista Pandit Mukesh Desai.

Gopala em Ananda Kutir em Rishikesh (Ganges) - 1999